terça-feira, 3 de agosto de 2010

Moeda – Crédito – Nível de desemprego

Moeda – Crédito – Nível de desemprego

Na realidade econômica moderna a moeda, o crédito e o nível de emprego estão interligados, portanto dependem um do outro.
Sob a análise marxista, na economia capitalista, a moeda tem a função de troca, onde o trabalho é dividido, sendo que cada individuo realiza sua tarefa, formando um conjunto articulado de atividades que se tornam interdependentes. Mas apenas pelo trabalho, pois As empresas são individuais.
Nesta troca da produção que é utilizada a moeda, ela é responsável por organizar o que Marx chamou de anarquia da produção. Então entra a lei da oferta e da procura, se há mais oferta que procura os preços caem e vice e versa, havendo maior ou menor circulação de moeda.
Existem registros históricos de que povos da antiguidade realizavam o escambo, isto é troca direta de bens por bens. No entanto, com o aumento dos indivíduos e a dificuldade devido aos pesos e medidas, isto tornou-se inviável e passou-se ao uso da moeda. Quem produz calcula seus gastos e realiza a troca destes bens pela moeda (as primeiras moedas eram de metal precioso ouro e prata) e com esta adquire aquilo que necessita.
Portanto numa economia capitalista, a função social e econômica da moeda é ser um órgão de coordenação central. Em cada momento existe uma quantidade necessária de moeda, tendo de ser pelo menos igual à soma das transações realizadas, mesmo que haja empréstimo de bancos.
Foi no século XVIII que iniciou a circulação da moeda, em substituição as trocas de mercadorias. Sendo chamado de moeda-papel e tendo a interferência dos bancos. Inicialmente surgem os bancos privados, mas em virtude da desconfiança dos correntistas, vão à falência e são substituídos por bancos estatais ou bancos centrais controlados pelo Estado. Este monopólio por parte do Estado permite-lhe controlar a quantidade de moeda em circulação, deixando de estar vinculada à quantidade de moeda-papel em circulação e a quantidade de moeda-mercadoria.
Quanto ao crédito, a teoria contemporânea se baseia na análise oferecida por Keynes, em A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
Para se entender o problema do crédito, é necessário ter-se uma definição de liquidez, que nada mais é do que uma aplicação dos valores, ou seja, se alguém tem uma casa, essa se construiu num valor, tem um preço e pode ser transformado em outro bem, através da venda e aquisição da moeda (dinheiro) para compra de outro bem.
Outro aspecto do crédito a considerar numa sociedade capitalista é o juro, a taxa cobrada sobre a moeda-papel tomada por empréstimo ou recebida pelo depósito em bancos. Esta taxa de juros varia de acordo com o tempo de utilização, ou pelo fluxo de moeda em circulação, sua taxa varia de acordo com o fluxo da moeda em circulação.
A taxa de juros incide diretamente sobre a atividade econômica. Porque se a taxa de juros é alta, torna-se vantajoso colocar o dinheiro a juros e assim diminui a produção de mercadorias, uma vez caindo à taxa, torna-se mais vantajoso investir, criar novas fabricas, bancos, casas comerciais, etc. Surgindo novos empregos. Mas não havendo mão de obra ociosa, haverá oferta de melhores salários e isto se refletirá nos preços, dando início a um processo de inflação.
Para controlar a inflação o governo usa estratégias para retirar a moeda de circulação. Cria uma expectativa de que a taxa de juros vai aumentar estimulando o deposito do dinheiro em bancos e, ao mesmo tempo cria uma expectativa de queda dos preços dos produtos, assim retém o dinheiro, os investimentos caem e a economia cai em depressão. Esses fatores acabam criando um circulo vicioso, e mesmo o governo tendo o controle do processo, não consegue fazer com que a economia cresça estavelmente.
Embora o governo consiga condicionar o fluxo econômico, há ciclos de inflação e deflação, emprego e desemprego de crises que ele não consegue controlar.
Estas crises influenciam o nível de emprego, pois a sociedade capitalista se apresenta como um complexo sistema em que diferentes bens e serviços são produzidos e comercializados em que haja um plano geral que assegure a satisfação das necessidades dos membros da sociedade, há apenas um conjunto de mecanismos que levam produtores e consumidores a tomar decisões adequadas que correspondam aos desejos e necessidades de todos, destes mecanismos o que predomina é a livre concorrência.
Outro fator a considerar são as inovações técnicas, que permitem alcançar melhores resultados em menor tempo, diminuindo o custo final do produto, beneficiando o consumidor. Mas há também a considerar o aspecto negativo deste processo, pois a quantidade de empregos cai e ocorre o desemprego.
Quando os dispêndios de consumo são inferiores a renda total, uma parte é poupada e isto é investido em equipamentos ou em estoque de mercadorias. Temos então dois tipos de investimento o voluntário, que consiste na compra de equipamentos e formação de estoques para ampliar as atividades no futuro e o involuntário que consiste na formação de estoques invendáveis, devido à retração do mercado.
Assim pode-se perceber que o nível de emprego depende diretamente da moeda e do crédito. E sempre são estes os responsáveis pelas variações de mercado que ocorrem nos países capitalistas, pois se um for privilegiado o outro sofrerá conseqüências, pois não existe um planejamento de mercado eficaz e capaz de solucionar ou prever exatamente o que acontecerá com a economia e quais as conseqüências que isto acarretará.

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