segunda-feira, 23 de agosto de 2010

QUALIDADE DE VIDA

REFLEXÕES SOBRE QUALIDADE DE VIDA


Quando falamos em qualidade de vida temos sempre que levar em consideração a educação, expectativa de vida ao nascer, renda, trabalho, participação política e a democracia.

Para que um povo tenha condições consideráveis de qualidade de vida é basicamente necessário que estes tenham um grau de escolaridade alto, pois numa sociedade em que a população tem acesso à escola as pessoas podem exercer melhor seu papel de cidadãs. Assim, quanto mais escolarizada a população, melhor o nível de desenvolvimento. Tendo um bom grau de escolaridade podemos considerar que o povo terá acesso aos meios de trabalho com maior facilidade.

O trabalho é um fim e um meio. É importante, não apenas pelo rendimento material que proporciona, mas porque dá ao indivíduo um sentido de identidade, a consciência de ter um objetivo na vida social, a sensação de estar integrado numa sociedade. O trabalho é essencial à qualidade de vida, quer as pessoas sejam empregadas por conta de outra ou trabalhem para si próprias; o trabalho traz os alimentos, o vestuário e a habitação, ou fornece o rendimento que permite comprá-los. O trabalho é o principal meio pelo qual as pessoas tentam satisfazer as suas necessidades de qualidade de vida: um padrão de vida decente, alimentos suficientes, habitação digna, água potável e sane¬amento, lazer... Então se as pessoas tem um bom grau de escolaridade possivelmente terão um trabalho que lhes gere renda. A renda é um fator determinante para a qualidade de vida das pessoas, adquirida através do trabalho. Geralmente, a renda é que possibilita a aquisição de produtos para a sobrevivência e de conquistas materiais, tais como: casa, automóvel, telefone, alimentação e lazer...

Podemos considerar então que se um cidadão tem todas essas condições ele terá uma boa expectativa de vida, Se a população possui uma média de anos de vida elevada, pode-se concluir que, de forma geral, as pessoas levam uma vida “saudável”, quer dizer, tem escolaridade, um trabalho que lhe gere renda e este capaz de lhe proporcionar uma boa alimentação e hábitos saudáveis e condições de vida digna. Para ter uma vida longa, expectativa de vida, é necessário que haja boas condições de saneamento básico, alimentação, assistência médico-hospitalar, moradia e um meio ambiente saudável...

Uma das formas de medir a qualidade de vida, é o IDH: Índice de Desenvolvimento Humano de um determinado lugar ou país, que substitui o uso habitual do PIB, que pouco diz, ou seja, constitui-se num método pouco eficaz para uma maior aproximação do que a realidade expressa. Isso reflete em certa medida o novo paradigma de desenvolvimento hoje presente em escala mundial.


Índice de Desenvolvimento Humano IDH.

A noção de desenvolvimento humano é sempre relativa às condições sociais em que as pessoas vivem, à sua classe social, ao padrão de consumo da sua sociedade e muitos outros fatores. Isso dificulta qualquer tentativa de estabelecer um limite mínimo que seja, válido e igual para todos os lugares, em todos os países. Apesar disso, desde 1990, a organização das Nações Unidas (ONU) divulga um relatório que permite realizar algumas comparações entre os diversos países e mesmo entre regiões e lugares do planeta. Naquele ano foi criado o Índice de desenvolvimento humano (IDH), um número que reflete as condições de três variáveis básicas para uma qualidade de vida digna:

*Expectativa de vida ao nascer -*Escolaridade- *Produto Interno Bruto PER CAPITA-(Renda)

Porém, isso é apenas uma média. Se um país, ou mesmo uma cidade tem um IDH elevado, não significa que todos os cidadãos desfrutem de boas condições de vida. Sempre existem pessoas acima ou abaixo da média e sempre há pessoas que estão excluídas, ou que sofrem com preconceitos, ou que tiveram a dor de ter um parente próximo morto ou como vítima de criminalidade, que muitas vezes é provocada pelo flagelo da fome que assola milhões de pessoas no mundo, no Brasil em nosso Estado e em meu município.


Como Surgiu o IDH

O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente, e também do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana, conforme www.un.org.pk/hdc/tribute.

Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos Relatório de Desenvolvimento Humano (RDHs), que propõem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o assunto. A cargo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o relatório foi idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq (1934-1998). Atualmente, é publicado em dezenas de idiomas e em mais de cem países, conforme www.un.org.pk/hdc/tribute.

O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano tem objetivo de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver".
"Devo reconhecer que não via no início muito mérito no IDH em si, embora tivesse tido o privilégio de ajudar a idealizá-lo. A princípio, demonstrei bastante ceticismo ao criador do Relatório de Desenvolvimento Humano, Mahbub ul Haq, sobre a tentativa de focalizar, em um índice bruto deste tipo - apenas um número -, a realidade complexa do desenvolvimento e da privação humanos. (...) Mas, após a primeira hesitação, Mahbub convenceu-se de que a hegemonia do PIB (índice demasiadamente utilizado e valorizado que ele queria suplantar) não seria quebrada por nenhum conjunto de tabelas. As pessoas olhariam para elas com respeito, disse ele, mas quando chegasse a hora de utilizar uma medida sucinta de desenvolvimento, recorreriam ao pouco atraente PIB, pois apesar de bruto era conveniente. (...) Devo admitir que Mahbub entendeu isso muito bem. E estou muito contente por não termos conseguido desviá-lo de sua busca por uma medida crua. Mediante a utilização habilidosa do poder de atração do IDH, Mahbub conseguiu que os leitores se interessassem pela grande categoria de tabelas sistemáticas e pelas análises críticas detalhadas que fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano."
Amartya Sen, Prêmio Nobel da Economia em 1998, no prefácio do RDH de 1998.

Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1990, o índice foi recalculado para os anos anteriores, a partir de 1975. Aos poucos, o IDH tornou-se referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administrações municipais, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

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